sexta-feira, janeiro 27

O nosso....

"sou um céptico face ao lixo que se tenta fazer passar como modernidade, e um crente na capacidade de tudo mudar se nos propusermos fazê-lo.."
"Não ocorreria a ninguém hoje em dia deitar sobre os ombros de jesus de nazaré a responsabilidade dos delitos cometidos ao longo da história por todos aqueles que se chamam cristãos, de Torquemada ao general Pinochet passando pelo general franco.E com toda a segurança, consideraríamos insensato quem pretendesse estlabecer uma relação causal entre o Sermão da Montanha e a inquisição romana ou espanhola...Se continua a haver comunistas, é porque o comunismo dos sec XIX e XX, o dos tataravós, bisavós, avós e pais dos jovens de hoje não foi so poder e despotismo.Foi também o ideário e movimento de libertação dos anónimos por antonomásia.Há um livro branco do comunismo que está por escrever.Muitas das páginas deste livro, hoje quase desconhecido dos mais jovens, esboçaram-nas pessoas anónimas que deram o melhor das suas vidas na luta pela liberdade em países em que não havia lberdade, na luta pela universalização do sufrágio em países nos quais o sufrágio era limitado; na luta a favor na democracia em países onde não havia democracia; na luta a favor dos direitos sociaisda maioria onde os direitos sociais eram ignorados ou autorgados somente a uma minoria.Muitas dessas pessoas anónimas, na Espanha, Grécia, Itália,França, Inglaterra e em Portugal, e em tantas outras partes do mundo, nunca tiveram nenhum poder nem tiveram a ver nada com o Estalinismo, nem oprimiram despoticamente outros semelhantes, nem justificaram a razão de estado, nem mancharam as mãos coma a apropriação privada dos dinheiros publícos"
Paco Fernandez in "Marx...sem ismos"
"O nosso comunismo é desta estirpe.Por isso não aceitamos requisitórios, acusações, calunias, demagogias que conduzem a dizer que o comunismo fracassou e que o século XX marca o seu fim.Não se deve partir da afirmação "o século XX marca o fim do comunismo" já que nunca existiu uma sociedade comunista.Existiu sim, e existe em países politicamente, culturalmente e demograficamente importantes a tentativa de construir uma sociedade não capitalista..."
Franscisco Frutos in "Comunismo com Simplicidade"
Achei que era importante dize-lo..

terça-feira, janeiro 17

A esquerda democrática

"Nós da esquerda moderna e democrática"-José Socrates

Mas que raio!! Estes tipos têm jeito para o stand up comedy.quer dizer o senhor agora partiu a perna ou algo parecido e stand up é coisa que ele não deve conseguir fazer:).Deixar o país de Pé depois da sua passagem, dos sucessivos governos PS é coisa que eles da "esquerda moderna e democrática " também não parecem conseguir realizar..enfim..
É tão boa esta esquerda neoliberal que acredita na economia de mercado, essa mesmo que se traduz em desigualdades gritantes, desemprego, desordem social, racismo, fome, miséria..
De não ser moderna até encaro isso com orgulho, sim porque acredito piamente que os problemas são os mesmos de de há duzentos anos atrás, que epenas mudaram os nomes e que a solução também se encontra delineada desde 1848...Agora não democrática..Limpe a boca sr socrates..Olhe para si e para o País que tem, se acha que um regime democrata é apenas poder votar de x em x anos e dizer com respeito o que me aptece, o sr, tem uma noção de democracia muito detorpada, quer dizer tem a democracia que convém..não a mim mas á minoria que voce governa..
Durma bem, sem peso de consciência.Não pense nos resultados da sua política na maioria de nós!
Comprimentos

domingo, janeiro 15

Parece que ele transbordou..



Parece que sim..Parece que nem houve lugar para toda a gente..houve quem ficasse de fora no pavilhão atlântico..Para ver o óperário falar, esse mesmo que é representante de um partido que defende a maioria da população portuguesa e que neste combate é candidato á Presidência da Républica..Magnífico!!
Intervenção de Jerónimo de SousaCandidato à Presidência da RepúblicaPavilhão Atlântico – Lisboa14 de Janeiro de 2006
"Aqueles que pensavam que nos desmobilizavam com o anúncio da vitória antecipada da direita e que nos levavam a baixar a bandeira do combate por um Portugal com futuro, têm aqui, neste grandioso comício a resposta!

A resposta dos que nunca desistem dos combates antes de os travarem!

A resposta daqueles que estão convictos da justeza de uma luta e de um projecto que nasceu com Abril e que com Abril e com o povo quer construir o futuro de Portugal!

A todos vós as minhas mais cordiais e fraternas saudações!

Vamos entrar nos derradeiros dias da campanha eleitoral. A próxima semana, será a última semana da campanha.

Esta é a semana em que precisamos de dar tudo, de mobilizar todas as energias, toda a determinação para concretizar o nosso grande objectivo.

Garantir uma grande votação na minha candidatura para derrotar o candidato da direita e fazer crescer a exigência de uma efectiva mudança na sociedade portuguesa.

Mudança que expresse uma clara ruptura democrática e de esquerda com as políticas que têm sido seguidas pelos governos dos últimos anos. Ruptura com as políticas que, de Cavaco Silva a Barroso, de Guterres a Sócrates, conduziram o país para a crise e situação de atraso em que nos encontramos.

Hoje a candidatura da direita e os partidos que a apoiam vêm dizer que o país está à beira do abismo e que só o seu candidato é a salvação.

Depois de anos a governar, à vez, o país. A partilhar hegemonicamente com o PS tudo o que é direcção do Estado, de empresas públicas e participadas. Tudo o que é instituto ou fundação.
Tudo o que é poder que alimenta a sua vasta clientela, vêm-nos dizer que o país está sem rumo e à beira do abismo.

É grande o seu descaramento! É grande a sua desfaçatez! É grande o atrevimento de quem sabe que fez o mal e agora a caramunha!

Anos a governarem agravando todos os problemas nacionais com a sua errada política. Política que o seu candidato não só não questiona, como se propõe continuar e agora vem tentar limpar as suas responsabilidades.

Tenho confiança que os portugueses no próximo dia 22 não se deixarão iludir pelos falsos profetas que prometem agora o que nunca garantiram no passado.

Tenho confiança que o povo português vai trocar as voltas à bem orquestrada campanha que dá como inevitável a vitória da candidatura da direita.

Também no passado, em 96, Cavaco Silva e os seus apoiantes afirmavam: “os nossos adversários já não conseguem impedir a onda que se estende a todo o país”, mas o voto real dos portugueses, aquele que vale, aquele que conta, derrotou-o.

Cavaco Silva não ganhará se todos os que estão contra a sua candidatura forem votar!
Esse é o grande desafio que temos pela frente nos próximos oito dias – ganhar os portugueses, ganhar os democratas para o voto na minha e nossa candidatura.

Tarefa que mais se impõe quando alguns agora se refinam na sofisticação dos mecanismos de pressão e de influência com a divulgação de sondagens e outras técnicas manipuladoras.
Sublinho e reafirmo que quem decide é o povo, é o voto do povo e não as sondagens.

Nada está resolvido. Tudo está em aberto. O voto na minha candidatura conta e contará para a derrota do candidato da direita e abrir uma nova perspectiva para um Portugal de progresso e desenvolvimento.

Mas é preciso ir também junto dos portugueses, dos homens e mulheres do campo democrático. Mulheres e homens que estão desiludidos com anos consecutivos de política de direita enganados por promessas vãs e, por isso, indecisos. Dizer-lhes que têm uma saída para as suas inquietações.

Dizer-lhes que as candidaturas, tal como os partidos não são todas iguais!
Que há uma solução para o desabrochar da esperança e para a construção da mudança!

Que a solução não é a abstenção, que não é a hora para se ficar calado ou desistir. Que o voto na minha candidatura é o voto que como nenhum outro, expressa o descontentamento, o protesto, a exigência de mudança.

É preciso dizer-lhes que chegou a hora de transformar o voto de cada um dos portugueses num poderoso BASTA! Num poderoso e firme BASTA de anos e anos de política de direita que à revelia da Constituição da República e contra ela, afunda o país e agrava a vida dos portugueses.
Dizer-lhes que é esta candidatura que afirma os valores de Abril, os valores da liberdade, da democracia, do desenvolvimento, da justiça social e da independência nacional.

Precisamos de dizer claramente a cada um e a todos os que aspiram a um Portugal com futuro que cada voto na minha candidatura é um voto que soma e que conta para derrotar Cavaco Silva.

Que a grande batalha que se impõe travar é impedir que o candidato da direita obtenha uma maioria absoluta na primeira volta.

Objectivo que perseguiremos até ao último minuto!

É por isso que não se pode perder um voto dos que aspiram uma ruptura democrática e de esquerda com as políticas que têm sido seguidas.

Quantos mais votos tiver a minha candidatura, menos hipóteses tem Cavaco Silva de vencer. É por isso que dizemos que os votos na minha candidatura são votos verdadeiramente úteis contra a política de direita e os objectivos da direita.

Votos que somam e contam não só para derrotar a candidatura da direita, mas também para afirmar uma vontade e exigência de mudança que nenhuma outra candidatura está em condições de garantir.

Isso cada vez mais portugueses o estão a compreender com o crescente apoio que tem recebido a minha candidatura e que me dizem que é possível ir ainda mais longe!
Sinto sinceramente que a minha candidatura em cada dia que passa cresce e transborda para além da minha opção partidária.

Candidatura decidida pelo PCP, recebeu uma onda de apoio, entusiasmo e participação, que lhe dão a dimensão de uma candidatura nacional, da candidatura dos trabalhadores e do povo, aquela que protagoniza o grande objectivo de um Portugal mais justo e desenvolvido.
Uma candidatura que dia a dia soma apoios de comunistas, verdes, socialistas, pessoas com outras opções partidárias ou sem opção definida e apoiam a minha candidatura pela sua dinâmica, pelos seus valores, pelo seu projecto.

Apoio crescente que me dá ainda mais força e mais determinação para avançar e ir até aonde os portugueses quiserem. Estou preparado para a segunda volta.
Estou preparado para a assumir todas as responsabilidades que o povo português me queira atribuir. Tenho razões para confiar num bom resultado, um resultado que vai, mais uma vez, derrotar todas as sondagens.

Eu confio e estou firmemente convicto que os portugueses me vão ajudar e me vão apoiar com os seus votos para fazer desta candidatura, uma candidatura com uma grande expressão nacional!

Votos que os portugueses sabem que, além de servirem para derrotar Cavaco Silva, não se perdem em nenhuma circunstância, porque se projectarão no desenvolvimento da luta futura por um Portugal melhor, mais justo, mais solidário e mais fraterno.

Votos que são dados a uma candidatura e a um candidato que jamais se retirará do combate seja qual for o seu desfecho, mas que continuará em todas circunstâncias, na Presidência ou fora dela, a luta na defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores e do povo. Somos e seremos uma candidatura que marcará a diferença, pela sua coerência. A candidatura que não diz hoje uma coisa e amanhã faz outra.

Um candidato e uma candidatura que não se apresentam aos portugueses como outros, a prometer fazer e combater o que antes nunca fizeram, nem combateram.
Uma candidatura e um candidato que sente e expressa as mais sentidas e genuínas aspirações dos trabalhadores a uma vida melhor, não só porque deles veio, mas porque foi esse o combate que norteou toda a minha vida.

Os portugueses podem confiar que jamais abandonaremos o nosso compromisso de lutar contra o flagelo do desemprego que hoje atinge cerca de 500 mil trabalhadores. Os portugueses podem confiar que não deixaremos cair o compromisso assumido na defesa de uma política de desenvolvimento nacional. O compromisso que dá prioridade à promoção de uma política nacional de crescimento económico e de desenvolvimento sustentado, no respeito pelo ambiente e virados para a satisfação das necessidades de todos os portugueses. Uma política de desenvolvimento que finalmente assuma a defesa da produção nacional, o emprego e modernização das nossas capacidades produtivas, como uma questão fundamental e básica para assegurar o presente e o futuro do país e uma vida melhor para os portugueses.Compromisso que recusa o falso desenvolvimento assente nos baixos salários, na diminuição dos direitos e liberdades dos trabalhadores e numa crescente injustiça na repartição da riqueza criada. Somos e seremos uma candidatura que não se conforma com a dura realidade da pobreza que envolve cerca de 2 milhões de portugueses e que atinge em grande número os nossos idosos.Não nos conformaremos com esse Portugal aonde os 10% mais ricos continuam a dispor de 30% do rendimento nacional, enquanto que os outros 10%, os mais pobres se quedem pelos 2%.Os portugueses podem confiar que minha candidatura lutará por uma nova política de promoção da educação, da ciência e da cultura, condição para assegurar um mais elevado patamar de qualificação e formação dos portugueses e o aproveitamento pleno e dinâmico das suas potencialidades nacionais.Os portugueses podem confiar numa candidatura que afirma o direito do acesso dos cidadãos, em condições de igualdade à Justiça e aos Tribunais e no quadro dos princípios fundamentais da Constituição a garantia da independência dos Tribunais e da autonomia do Ministério Público.

Os portugueses podem confiar que jamais abandonaremos o nosso compromisso de lutar por uma melhor e mais participada democracia que queremos aprofundar no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na autenticidade da representação da pluralidade das opções políticas.

Compromisso na recusa a uma democracia tutelada pelos grandes interesses do “Partido Único dos Negócios”, onde impera a ética do vale tudo.
(...)

Cavaco Silva, na campanha eleitoral de 96, disse: “pelo seu passado, Sampaio não merece ser Presidente da República” porque “ são os comportamentos do passado …que antecipam os comportamentos do futuro”.

Sábias palavras que os trabalhadores e o povo não deviam esquecer no próximo dia 22.
De facto quem no passado, fez o que fez em dez anos de governo, como o fez Cavaco Silva que protagonizou uma das maiores ofensivas contra os direitos individuais e colectivos dos trabalhadores.

Quem fez uma governação marcada pelo regresso aos salários em atraso e pelo aprofundamento do trabalho infantil, das desigualdades sociais e do crescimento dos fenómenos da pobreza, marginalização e de exclusão social.

Só poderia no futuro ser na Presidência da República, se o povo o permitisse, um Presidente insensível, frio e programado, que jamais compreenderá os problemas humanos. Jamais aceitará receber de forma aberta e sem reservas quem clama por justiça. Jamais compreenderá quem trabalha e vive a contar dias até ao fim do mês.

De facto quem no passado acentuou a deriva autoritária com a polícia de choque em roda livre contra os trabalhadores e outras camadas população.

De facto quem no passado transformou as instituições democráticas que exigiam o respeito pela legalidade democrática, em forças de bloqueio, para impor o seu mando.

Seria no futuro, se o povo o permitisse, a arrogância e a prepotência na Presidência da República.

De facto quem no passado incentivou a utilização contra os seus adversários os métodos típicos da “ caça às bruxas” e agora se converte no candidato suave.

De facto quem no passado percorreu os trilhos da cruzada anticomunista para justificar o implacável governante das privatizações e agora se transforma, no candidato “light” que os comentadores permanentes e encartados passaram a erigir como símbolo da suprema inteligência da táctica eleitoral.
(...)

É uma força que nasce dos trabalhadores dos mais diversos sectores, da agricultura, da pesca, da indústria, dos serviços e da administração pública.

Que nasce dos intelectuais, quadros técnicos, dos pequenos e médios empresários, dos reformados, dos desempregados, dos jovens, das mulheres, dos cidadãos portadores de deficiência, dos emigrantes, de todos os explorados e ofendidos.

De todos os que, independentemente da sua condição social, querem justiça social, um Portugal desenvolvido e soberano aberto ao mundo.

Este comício é uma forte demonstração do apoio à nossa candidatura, um grande impulso para a afirmação, o esclarecimento e a mobilização na semana de campanha que temos pela frente, um enorme incentivo para uma grande votação no dia 22 de Janeiro.

Mas este comício é muito mais do que isso.

A grandiosidade da vossa presença, da vossa convicção, da vossa vontade, da vossa determinação e da vossa confiança é uma afirmação sem igual, de que sejam quais forem os resultados das eleições, sejam quais forem as dificuldades que se apresentem, aqui está uma força que conta e decide, uma força que vai contar na luta que continua, uma força que vai decidir do caminho da justiça social e do desenvolvimento, que vai decidir de um Portugal com futuro.

Daqui dizemos aos trabalhadores, ao povo português que contamos com o seu apoio, daqui lhe garantimos que podem também contar com esta força imensa, de luta, de alegria, de esperança e de construção do futuro.

Vamos, nestes dias que faltam manter bem alto a bandeira da esperança. A bandeira da confiança. A bandeira da determinação!

Valeu e vale a pena empunhar estas bandeiras, hoje e sempre por Portugal, pelos portugueses, com Portugal e com os portugueses. Também assim e agora a rasgar as alamedas do futuro no chão alicerçado por Abril. "

sábado, janeiro 14

Onde é que já ouvi isto?

Segundo o economista Egípcio Samir Amin:

"o domínio dos interesses financeiros sobre os investimentos produtivos á a consequência de uma crise de acumulação de capital.O capital restante, cuja tendência lógica é o investimento na esfera produtiva, não pode faze-lo porque a procura não é suficiente.surge assim uma das grandes contradições do capitalismo:para ganhar mais, tem que se conseguir uma força de trabalho o mais barata possível; com o que obtem um lucro maior no imediato, mas a longo prazo fica sem mercado para os seus produtos, porque os fracos rendimentos dos trabalhadores restringem as suas possibilidades de consumir."

Concordo plenamente mas surge uma nova variável que é a globalização.O capital vai de país em país e explora os seus recursos e a sua mão de obra, foi o nosso caso á cerca de 15 anos e é o caso dos paises de leste que começa agora.Por onde eles passam dixam os países com crises insustentávies e totalmente vendidos aos grandes grupos financeiros e depois partem.Faz-me lembrar as andorinhas que vem para os países quentes de verão, e de inverno fogem desses mesmos países só deixando o ninho e os dejectos .Espero que Samir Amin tenha razão, é sinal que está quase na hora de as pessoas abrirem os olhos, que está quase na hora dos povos acordarem e caminharem no sentido de uma sociedade mais justa, e o que me elegra a mim no meio da miséria capitalista é que os dejectos deles são tantos que a viragem não se irá dar apenas num país será num conjunto de países...Basta os povos quererem..

sexta-feira, janeiro 13

Estrela da Tarde.

Adoro Ary dos Santos, e neste poema cantado por Carlos do Carmo é devinal...Ora leiam lá..
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

José Carlos Ary dos Santos

terça-feira, janeiro 10

Nem sei..

Descobri a companheira,pelo menos a minha!..foi por acaso..quer dizer..os acasos também acontecem quando queremos, mas encontrei-a.Estava sentada com os seus olhos pretos como a noite mas expressivos como o sorriso que tem.Pedi-lhe..tu sabes :) e ela disse "....." tb sabes :) e depois o resto foi contruido, mas não a custo foi tudo simples como ela..simples,bonita, companheira, magnifica..a minha estrela cor de chocolate...O tempo passa e cada vez tudo fica mais solido, mais brilhante..ela é daquelas pessoas de fazer parar uma sala..brilha intensamente pela beleza e pela pessoa..queria ter escrito algo diferente,mais simples ou complicado nem sei..quando toca a falar de ti fico sem fala..mas nem preciso ve-se nos meus olhos..agora so falta juntar o azul e o preto e ver o que dá..está para breve..eu acredito que sim!

Pensamento do dia...

"Este mundo nunca foi tão desigual economicamente(...), em compensação tão nivelador no que diz respeito ás ideias e á moral.Há uma uniformidade hostil á diversidade cultural do planeta(...)Os meios de comunicação da era electrónica ao serviço da icomunicação humana estão a impor a adoração unânime dos valores da sociedade neoliberal."

Eduardo Galeano em "Revista de cine cubano nº142"

segunda-feira, janeiro 9

A caça aos votos...

Louça acaba o debate com Jerónimo e refere luis Sá e João amaral como dois homens extraordinarios, Soares diz que o eleitorado comunista é um eleitorado consciente, Cavaco até parece ser de esquerda e Alegre fala de Cunhal como se tivesse lutado ao lado deste por alguma coisa pós 25 de abril e mm antes...Digam lá se isto não é ipocrisia? Digam lá se não é desepero? Digam lá se os nossos votos não fazem falta..Agora meus amigos tenho um má notícia para lhes dar.....Como homens extraordinários que somos não nos enganam com a mediocridade, como conscientes que somos temos um voto para a pessoa certa, Como Comunistas que somos não nos enganam com discursos fabricados de esquerda, como pessoas de memória que somos sabemos onde está Cunhal e onde passeia Alegre...Tenham calma Srs candidatos porque não temos os nossos votos em saldo, até porque não nos vendemos...

Avança Jerónimo!!